segunda-feira, 15 de março de 2010

madrugada do dia vinte e três

Quase dormindo, querendo sonhar
O corpo inquieto, ardendo
Me lembra de caminhos percorridos
E de quem percorreu meu corpo.

Peito cheio, coração pesado
Ah, que saudade daqueles olhos rasgados
Que pareciam rasgar-me a roupa
Devorando-me com todo o respeito
Que um sedento bebe na fonte limpa

Eu que virgem, entregava-me
Como um cordeiro a um lobo
Deixava suas mãos descobrirem meu corpo
Enquanto me ajudavam a descobrir o prazer

Os beijos que, gentilmente
Faziam-me cócegas e punham-me a delirar
Traçava rumo ao Oriente
E de volta ao Ocidente

Eu que virgem
Gemia...

Sob o peso
E no calor dos braços
Daquele que partiu meu coração
Antes que eu pudesse ser sua.

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